Gestores municipais que demonstraram proximidade com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), indicando possível apoio à sua reeleição em 2026, adotaram recentemente uma postura de cautela. A espera por respostas concretas a demandas apresentadas ao governo estadual tem levado prefeitos a segurarem declarações definitivas de aliança, mesmo após encontros e registros fotográficos ao lado do governador.
A intermediação do secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, marcou as reuniões entre Jerônimo e os prefeitos, mas o entusiasmo inicial de muitos gestores deu lugar a uma abordagem mais condicionada. Para transformar a aproximação institucional em apoio eleitoral no próximo ano, os prefeitos aguardam o cumprimento de compromissos firmados.
Um exemplo é o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), que enfrenta pressões do PT para evitar uma aliança com a oposição, liderada por ACM Neto (União Brasil), que o considera para vice em sua chapa. Cocá, no entanto, condicionou seu apoio a projetos de grande impacto, como a construção de um aeroporto regional e o desenvolvimento de um polo industrial em Jequié, investimentos que extrapolam as possibilidades financeiras do município.
Outros prefeitos da oposição, como Zé Ronaldo, de Feira de Santana, Hildécio Meireles, de Cairu, e Bira da Barraca, de Mata de São João, todos filiados ao União Brasil, também mantiveram encontros com Jerônimo. Embora não descartem apoiar o governador, eles enfatizam a necessidade de cumprimento de acordos firmados para selar qualquer compromisso político.
Entre os governistas, há igualmente incertezas. Alguns prefeitos, sob anonimato, evitam previsões otimistas sobre o apoio a Jerônimo, citando dúvidas sobre a execução de obras prometidas. Há, ainda, gestores que cobram investimentos anunciados anteriormente pelo ex-governador Rui Costa (PT), que endossou Jerônimo em 2022, mas que ainda não saíram do papel.
Um caso emblemático é o de Marcelo Belitardo, prefeito de Teixeira de Freitas, que migrou de uma posição alinhada ao bolsonarismo para a base de Jerônimo. Essa mudança foi impulsionada por obras estaduais, pela pré-candidatura de sua esposa a deputada estadual e pela nomeação de seu irmão, David Loyola, como secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo. Contudo, a criação de uma Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para sua esposa, que reduziu as atribuições de David, gerou desconfiança entre aliados do governador sobre a firmeza desse apoio. “Belitardo suscita receio se manterá o combinado ou se irá recompor com a oposição”, observam petistas próximos ao governo.
Em Luís Eduardo Magalhães, o prefeito Júnior Marabá (PP) também gera incertezas. Após desistir de concorrer a uma vaga de deputado federal, sua disposição para apoiar a reeleição de Jerônimo é questionada, especialmente em um município com forte influência bolsonarista. Marabá planeja apoiar Danilo Henrique (PP), ex-secretário de governo e candidato a prefeito em Barreiras em 2024, para uma vaga na Câmara Federal.
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