O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, conseguiu o visto diplomático dos Estados Unidos nesta terça-feira (16), o que resolve uma incerteza que persistia inclusive para ele próprio em relação às restrições impostas pelo governo norte-americano. Essa aprovação permite que ele se junte à delegação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para começar na próxima semana em Nova York.
A revogação inicial do visto ocorreu em agosto, como parte de uma série de sanções promovidas pela administração de Donald Trump contra autoridades brasileiras. Essas medidas começaram com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), exceto André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux, e se estenderam a membros do governo atual. No caso de Lewandowski, que já não possuía o documento desde 2024, sua esposa e filha também foram afetadas no mês passado, logo após suspensões semelhantes para outros servidores do Ministério da Justiça.
O acordo de 1947 entre a ONU e os Estados Unidos obriga o país anfitrião a conceder vistos a delegações oficiais para eventos das Nações Unidas, sem demoras ou custos extras, o que explica a liberação agora. Lewandowski era uma das autoridades com pendência para integrar a comitiva, e o Itamaraty confirmou a aprovação do Departamento de Estado.
Lula, que abrirá os discursos na terça-feira (23) tradição do Brasil como primeiro orador, deve permanecer nos EUA por pelo menos quatro dias, com compromissos bilaterais sobre democracia, meio ambiente, conflitos globais e a criação de um Estado palestino. Em agosto, o presidente reagiu à revogação comentando publicamente: "Minha solidariedade e solidariedade do governo a você por conta do gesto irresponsável dos EUA de cassarem o teu visto". Ele acrescentou que Lewandowski "devia ter orgulho" de sua atuação e criticou as atitudes como inaceitáveis contra autoridades brasileiras.
Outras sanções recentes incluem a cassação de vistos para a mulher e a filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e para funcionários ligados ao programa Mais Médicos. Padilha, por sua vez, declarou que não está "nem aí" para possíveis negativas. Além disso, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou em entrevista à Fox News novas restrições contra o Brasil em retaliação à condenação de Jair Bolsonaro pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe após as eleições de 2022.
O evento marca os 80 anos da ONU, fundada em 1945 com a Carta de São Francisco, e o governo Trump tem usado vistos como ferramenta política contra rivais, incluindo o Irã e a Autoridade Palestina. A delegação brasileira ainda não está completa, com algumas aprovações pendentes a uma semana do início.
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