A família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, adquiriu, em agosto de 2025, uma residência de 725 metros quadrados no Lago Sul, uma das áreas mais nobres de Brasília, pelo valor de R$ 12 milhões. A transação, realizada integralmente à vista, foi conduzida por meio da Lex Instituto de Estudos Jurídicos LTDA., empresa que funciona como holding dos negócios da família e tem como sócia-gerente Viviane Barci de Moraes, esposa do magistrado, além dos três filhos do casal.
A Lex, fundada em 2000, também é proprietária de outros imóveis, incluindo três apartamentos em São Paulo, avaliados em R$ 6,7 milhões no total, e terrenos em São Roque, no interior do estado. A compra da mansão foi formalizada em cartório com duas parcelas de R$ 6 milhões, sendo uma como sinal, destinada à proprietária e aos corretores, e outra na assinatura da escritura, transferida diretamente à vendedora, a Construtora Modelo LTDA. Além disso, a família desembolsou R$ 240 mil referentes ao Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
O imóvel, que substitui o apartamento funcional do STF onde a família residia na Asa Sul, foi adquirido da construtora que, em 2020, comprou o terreno por R$ 2,1 milhões, quando a construção original tinha 320,7 m². A estrutura anterior foi demolida, e uma nova casa, com 725 m², foi erguida, com registro da reconstrução em cartório em fevereiro de 2024.
No dia 22 de setembro de 2025, a Lex e Viviane Barci de Moraes foram incluídas na lista de sanções dos Estados Unidos, sob a Lei Magnitsky, que visa punir violações graves de direitos humanos. A medida, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, foi uma retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e crimes relacionados. Moraes classificou a ação como “ilegal” e afirmou que o Judiciário brasileiro “não aceitará coação”.
Apesar de seu nome sugerir atividades educacionais, a Lex é uma empresa com fins lucrativos, sediada no mesmo endereço do escritório de advocacia de Viviane, em São Paulo, com capital social de R$ 5 milhões. A página do Instagram da empresa, que menciona cursos jurídicos, não é atualizada desde 2017. Antes da compra, a família já possuía um apartamento no bairro Jardim Europa, em São Paulo. O salário bruto mensal de Moraes como ministro do STF é de R$ 46,3 mil, enquanto Viviane atua como advogada.
Procurado por meio da assessoria do STF, o ministro optou por não comentar a aquisição.
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