O vice-presidente nacional do União Brasil, Acm neto, declarou estar completamente disponível para um embate sobre os rumos da Bahia, em resposta à negativa do governador Jerônimo Rodrigues a um encontro proposto anteriormente. A provocação ocorre em meio a uma corrida eleitoral acirrada, marcada por trocas de farpas entre os dois principais concorrentes ao Palácio de Ondina.
Neto, ex-prefeito de Salvador e atual desafiante ao cargo de governador, enfatizou sua flexibilidade quanto ao local do debate, sinalizando disposição para debater em qualquer ponto escolhido pelo adversário. “Topo onde ele quiser”, afirmou o líder partidário, reforçando a ideia de que o confronto serviria para expor propostas concretas aos eleitores baianos.A declaração de Neto surge logo após Jerônimo, filiado ao PT e apoiado pelo atual governo estadual, rejeitar uma proposta de reunião informal. O petista, que quase garantiu a reeleição no primeiro turno com 49,45% dos votos válidos, tem priorizado agendas focadas em temas como educação e combate ao desemprego, áreas em que acumula experiência como ex-secretário de Educação do estado. No entanto, ele já havia lançado desafios prévios a Neto, questionando a ausência do rival em debates iniciais da campanha.
Em um evento recente, Jerônimo criticou abertamente a postura de Neto, chamando-o de "fujão" por evitar confrontos diretos. “Um candidato que não tem coragem de debater temas importantes, não tem tamanho, não tem condições de governar a Bahia. Eu desafio, marque o dia e a hora, e o tema para a gente poder dialogar e fazer comparações”, declarou o governador, em tom de provocação que ecoa as estratégias de polarização vistas no segundo turno.
A troca de convocações reflete o equilíbrio na pesquisa Ipec divulgada em 21 de outubro, que registra Jerônimo com 48% das intenções de voto contra 44% de Neto, dentro da margem de erro. Analistas apontam que esses embates públicos podem ser decisivos para atrair o eleitor indeciso, especialmente em um estado onde o PT detém forte base desde os governos de Jaques Wagner e Rui Costa, aliados de Jerônimo.
Neto, por sua vez, tem buscado capitalizar críticas à gestão petista na educação, citando déficits em creches e vagas no fundamental durante sua própria administração em Salvador. Ele também defendeu a neutralidade inicial em relação à eleição presidencial como uma forma de ampliar o apelo, mas enfrentou acusações de oportunismo por parte do adversário.Os dois candidatos já se encontraram em debates televisionados, como o promovido pela TV Bahia em 27 de outubro de 2022, transmitido após a novela Travessia e mediado pela afiliada da Globo. Na ocasião, acusações mútuas dominaram, com Jerônimo rotulando Neto de "afroconveniente" por declarações passadas sobre políticas raciais, enquanto o unionista retrucou chamando o petista de "pior secretário" de Educação. O evento foi dividido em quatro blocos, com discussões temáticas de 20 minutos cada, e considerações finais, permitindo um raro momento de confronto cara a cara.
Além disso, Neto havia aceitado um desafio de Jerônimo em setembro, propondo transmissão ao vivo pelas redes sociais para maior transparência. “Já que o ex-secretário de educação, Jerônimo, tem falado tanto em debate, gostaria de propor que ele definisse data, local e horário para um debate entre nós dois. Sugiro que seja transmitido ao vivo pelo YouTube e pelas redes sociais dos dois”, postou o candidato à época.A ausência de Neto em debates iniciais do primeiro turno, como os da TV Bandeirantes e TV Educativa, gerou críticas de aliados de Jerônimo, incluindo o governador Rui Costa e o senador Otto Alencar, que elogiaram pesquisas favoráveis ao petista. Agora, com o segundo turno em curso, o unionista ajustou sua estratégia, participando de todos os eventos restantes para pressionar o rival.
Essa escalada de convites e recriminações destaca a importância dos debates na reta final da campanha baiana, onde propostas para o futuro do estado de investimentos em juventude a geração de empregos ganham destaque. Jerônimo, apoiado pelo ex-presidente Lula, enfatiza uma agenda de continuidade, enquanto Neto aposta em renovação para reconquistar o eleitorado. A expectativa é de que mais um confronto seja agendado, ampliando o diálogo sobre os desafios locais.
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