A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) atravessa um período de insegurança generalizada, com autoridades locais demonstrando receio em lidar com escândalos envolvendo deputados, conforme acusação feita pelo ex-deputado federal José Carlos Aleluia (Novo). Em declaração recente, ele expôs que “A ALBA vive um momento de medo, as autoridades estão todas amedrontadas na Bahia”, destacando a inação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar diante de denúncias graves contra o deputado Binho Galinha (PRD).
Instalado em abril de 2024 sob pressão da operação "El Patrón", que ligou Galinha a uma organização criminosa em Feira de Santana especializada em lavagem de dinheiro via jogo do bicho, agiotagem e extorsão, o conselho não realizou reuniões efetivas em mais de um ano e meio. A nova operação "Estado Anômico", deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) na quarta-feira (1º), mirou novamente o parlamentar, reforçando indícios de influência do crime organizado na Casa. Aleluia criticou o então presidente Adolfo Menezes (PSD) por suposta omissão, afirmando que os membros do colegiado "têm medo de cassar o mandato" e que a Alba está "refém do crime organizado".
Em resposta a provocações de Menezes, Galinha rebateu em dezembro de 2024: "Cabe ao presidente solicitar aos líderes nomear o Conselho de Ética. Medo de agir, espera a Justiça agir. Não tiro a razão. Está refém. Os membros, não a Assembleia. O presidente não tem poder para mandar os membros do Conselho de Ética fazer o trabalho deles." Aleluia, pré-candidato a governador pelo Novo, estendeu as críticas ao governo de Jerônimo Rodrigues (PT), acusando-o de "dialogar com o crime organizado" em vez de combatê-lo com rigor, o que enfraquece a segurança pública no estado. O secretário de Justiça, Felipe Freitas, rebateu, apontando que posturas bolsonaristas, como as de Aleluia, sabotaram ações contra facções criminosas.
O episódio expõe fragilidades institucionais na Bahia, onde a baixa representatividade feminina e episódios de violência política de gênero agravam o ambiente. Deputadas como Fabíola Mansur (PSB) denunciaram que mais de 80% das parlamentares negras cancelam agendas por questões de segurança, cobrando rigor das instituições para combater a impunidade.
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