O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou as críticas ao Congresso Nacional ao afirmar, em publicação nas redes sociais, que o pleito presidencial do próximo ano corre risco de não acontecer caso não haja a aprovação de uma lei de anistia ampla para beneficiar envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração, feita na quinta-feira (2), ocorre em meio a discussões sobre um projeto que, na visão de aliados, apenas atenua penas, sem garantir a liberdade plena aos condenados.
Em texto postado no X (antigo Twitter), Eduardo defendeu que “A anistia é o mínimo, a defesa tolerável da democracia. Querer flexibilizar a anistia soa como suavizar a vida de ditadores, que só respeitam o que temem. Sem anistia, não haverá eleição em 2026”. O parlamentar, que reside nos Estados Unidos para evitar possíveis responsabilizações judiciais no Brasil, já havia adotado tom semelhante em julho, ao condicionar o futuro eleitoral à resolução de uma suposta "crise institucional" e apelar por apoio externo, como de Donald Trump, para pressionar autoridades brasileiras.
A postura de Eduardo tem gerado atritos na base da direita. O relator do projeto na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), reuniu-se na terça-feira (30) com líderes do PL, como Valdemar Costa Neto e Sóstenes Cavalcante, para discutir uma versão mais branda da proposta, focada na redução de penas para os réus do 8 de janeiro. O líder do PL na Casa, Sóstenes, admitiu abertura ao diálogo, mas reforçou a insistência pela anistia plena: “Logicamente vamos continuar insistindo, pois a redução de penas não resolve porque as pessoas já pagaram um sexto dessas penas. O que cabe nesse caso é a anistia, mas nos jamais nos fechamos ao diálogo.”
A condenação recente de Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a 27 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado por planejamento de golpe de Estado após as eleições de 2022, escancarou as divisões. Eduardo, que já criticou publicamente o ministro Alexandre de Moraes como "violador de direitos humanos", vê na anistia irrestrita a única saída para "pacificar o país" e permitir candidaturas oposicionistas em 2026. No entanto, o clima político no Congresso indica pouca viabilidade para a medida ampla, com o STF podendo barrá-la, o que impulsiona articulações por alternativas como a revisão de sentenças.
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