O governo brasileiro revelou, por meio de comunicado oficial emitido no domingo (6 de outubro de 2025), que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, assumirá a liderança das tratativas bilaterais para rever as altas taxas impostas sobre exportações nacionais para os Estados Unidos. A designação veio diretamente do presidente Donald Trump e envolverá, do lado brasileiro, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Fazenda, Fernando Haddad.
A iniciativa surge no contexto de uma tarifa de 50% aplicada pelos EUA a diversos produtos brasileiros, anunciada por Trump em 9 de julho de 2025 e implementada a partir de 6 de agosto, após decreto assinado em 30 de julho. Essa medida, motivada por questões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, excluiu 694 itens da lista de incidência. O presidente Lula, durante a conversa, pressionou pela revogação dessa sobretaxa de 40% – mencionada em alguns contextos como parte das restrições – e pela suspensão de sanções contra autoridades nacionais, enfatizando o superávit comercial do Brasil com os EUA, um dos três maiores entre os membros do G20 na balança de bens e serviços.
A conversa entre Lula e Trump ocorreu via videoconferência no mesmo dia 6 de outubro, em um tom cordial que durou cerca de 30 minutos. Os líderes reviveram a afinidade demonstrada em um encontro prévio na Assembleia Geral da ONU e trocaram contatos pessoais para comunicações futuras. Do lado brasileiro, participaram ainda Sidônio Palmeira, da Secom, e Celso Amorim, assessor especial da Presidência. Os dois presidentes sinalizaram interesse em um encontro presencial "em breve", com opções como a Cúpula da Asean na Malásia ou a COP30 em Belém (PA); Lula se mostrou aberto a uma visita aos EUA se necessário.
Essa aproximação é vista pelo Planalto como uma janela para recompor os laços históricos de 201 anos entre as duas maiores democracias ocidentais, apesar de tensões persistentes. Rubio, figura central nas negociações, carrega um passado de duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a quem já qualificou de "descontrolado" em razão de ações judiciais, incluindo a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por suposta tentativa de golpe, em 11 de setembro de 2025. Seu assessor, Darren Beattie, reforçou recentemente que Washington manterá pressões contra Moraes via Lei Magnitsky, com a Embaixada americana no Brasil ecoando essas preocupações em setembro, ao apontar violações de direitos humanos e perseguições políticas.
No entanto, o governo Lula mantém otimismo quanto ao impacto econômico das tarifas. Em declaração de 16 de setembro de 2025, o ministro Fernando Haddad minimizou efeitos imediatos no mercado, afirmando: “Não está faltando, neste momento, comprador para as mercadorias brasileiras”. Segundo ele, os produtos afetados estão sendo redirecionados para outros destinos, atenuando perdas potenciais.
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