Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, indicou em entrevista que o mandato de Nicolás Maduro como líder da Venezuela caminha para o encerramento, embora tenha evitado detalhes sobre eventuais intervenções armadas em território do país sul-americano.
A declaração ocorreu no programa "60 Minutes", da CBS, exibido neste domingo (2), quando o jornalista Norah O’Donnell questionou: “On Venezuela in particular, are Maduro’s days as president numbered?”. Trump respondeu: “I would say yeah. I think so, yeah.”
Ao ser confrontado com especulações sobre possíveis ofensivas terrestres na Venezuela, o presidente americano optou pela reserva. “Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela, se vou fazer ou não”, afirmou.
Mais cedo no dia, Trump já havia minimizado riscos de um confronto aberto entre EUA e Venezuela, apesar do reforço significativo de tropas e navios na região caribenha. “I doubt it. I don’t think so”, disse ele ao ser indagado sobre a possibilidade de guerra.
Nos últimos 60 dias, as forças armadas americanas executaram uma série de bombardeios contra navios suspeitos de tráfico de narcóticos em mar aberto, resultando em dezenas de mortes. Autoridades dos EUA classificam essas ações como operações antidrogas, mas fontes internas admitem que elas integram uma estratégia mais ampla para pressionar o regime de Maduro. O presidente venezuelano, indiciado nos EUA por acusações de narcotráfico, denuncia as medidas como pretexto para uma tentativa de mudança de governo e controle sobre as reservas de petróleo do país.
A entrevista completa, gravada na última sexta-feira em Mar-a-Lago, foi republicada pelo perfil oficial da Casa Branca na rede social X. Ela também abordou temas como relações EUA-China, imigração e testes nucleares subterrâneos por parte de Rússia e China, mas Trump reiterou o foco em conter a influência de Maduro sem confirmar planos de invasão.
O acúmulo militar inclui o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe e a presença de unidades especiais como os "Night Stalkers", elevando temores de uma escalada que poderia levar a uma mudança de regime em Caracas. Trump, no entanto, enfatizou que a Venezuela tem "tratado os EUA muito mal" não só no combate às drogas, mas também ao "derramar centenas de milhares de pessoas" em solo americano.
Essa posição ambígua reflete a estratégia da administração Trump, que já autorizou ações da CIA contra Maduro, mas busca evitar um conflito direto enquanto pressiona por sanções e isolamento internacional do ditador.
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