A Polícia Federal executou nesta quinta-feira (13.nov.2025) 10 mandados de prisão preventiva, 63 de busca e apreensão e diversas medidas cautelares em 15 Estados e no Distrito Federal, alcançando o que o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS, descreveu como o “núcleo principal” da quadrilha que desviava aposentadorias e pensões. “Ainda resta muita sujeira para remover”, alertou o parlamentar, prevendo novas prisões nas próximas semanas.
Entre os detidos está o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Agentes cumpriram buscas contra o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira (anteriormente José Carlos Oliveira), o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA). Para Viana, a ação reforça a seriedade da CPMI e refuta acusações de que a investigação seria mera encenação.
“Nenhuma comissão na história prendeu tantas pessoas e entregou respostas tão concretas”, rebateu o senador a jornalistas no Senado, expressando revolta com críticas iniciais de que o colegiado “não daria em nada”.
Estrutura hierárquica do esquema
Viana classificou os envolvidos em três níveis. No terceiro escalão estão os operadores e “laranjas” que movimentavam e ocultavam os recursos desviados – a maioria agora presa. O segundo nível reúne servidores públicos de carreira que, segundo ele, “se venderam e sustentaram os desvios ao longo de diferentes governos”. Já o primeiro escalão abrange “políticos e autoridades que nomearam, indicaram e blindaram esses funcionários”.
“A partir de agora, esse topo também será alvo de operações e, possivelmente, de depoimentos ao Supremo Tribunal Federal”, antecipou.
Diálogo com o STF e recuperação de valores
O senador mantém contato regular com o ministro André Mendonça, relator do caso no STF. “Tivemos reunião extensa na semana passada. Escutas autorizadas produziram resultados, e há outros que precisarão prestar contas”, revelou, sem entrar em detalhes sigilosos.
Parte dos bilhões desviados foi transferida para o exterior ou convertida em imóveis e dinheiro vivo no Brasil. “O montante está em paraísos fiscais ou escondido em propriedades e espécie”, informou.
Delações em vista
Negociações de acordos de colaboração avançam, incluindo a do empresário Maurício Camisotti, apontado como operador central. “Não só ele; outras pessoas manifestam interesse em delatar, inclusive com a CPMI”, confirmou Viana. As colaborações, porém, só serão avaliadas após a conclusão do relatório final da comissão, com base em provas consolidadas.
Compromisso com aposentados
A CPMI, em parceria com as forças de investigação, promete identificar todos os responsáveis. “Vamos entregar ao povo brasileiro uma Previdência mais robusta e os culpados atrás das grades”, garantiu o presidente do colegiado.
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