Um documento inicial da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, divulgado pelo The New York Times na terça-feira (24.jun.2025), indica que os bombardeios americanos e israelenses contra instalações nucleares iranianas tiveram impacto reduzido. Contrariando afirmações do presidente Donald Trump, que declarou os alvos “completamente destruídos”, o relatório estima que o programa nuclear do Irã foi atrasado em menos de seis meses.
Os ataques, realizados em Fordow, Natanz e Isfahan, danificaram as entradas de duas instalações, mas não destruíram os complexos subterrâneos. Além disso, grande parte do urânio enriquecido já havia sido transferida para locais secretos antes das ofensivas, resultando na destruição de pouco material nuclear. Segundo o relatório, o Irã ainda poderia fabricar uma bomba nuclear em curto prazo, caso acelere o processo.
Antes do conflito entre Israel e Irã, relatórios de inteligência americana alertavam que Teerã estava a cerca de três meses de produzir uma bomba nuclear, se desejasse. Agora, o documento de cinco páginas sugere que os ataques, iniciados por Israel em 13 de junho e intensificados com a participação dos EUA no último domingo, apenas retardaram o programa iraniano.
Autoridades americanas, no entanto, destacaram que a análise é preliminar e novas avaliações serão feitas com base em informações adicionais. A Casa Branca contestou o relatório, classificando-o como “totalmente equivocado”. A porta-voz Karoline Leavitt defendeu a operação, afirmando que “14 bombas de 13.600 kg” causaram “destruição total” e acusou o vazamento de tentar desacreditar Trump e os pilotos envolvidos.
No Irã, o chefe do programa nuclear, Mohammad Eslami, declarou à agência estatal Mehr News que o país está avaliando os danos causados pelos bombardeios, que atingiram centros de enriquecimento de urânio e instalações de pesquisa. Ele afirmou que medidas foram tomadas para evitar interrupções na produção nuclear, indicando que Teerã antecipou os ataques e protegeu suas instalações.
A campanha de Israel, intensificada nos últimos 12 dias, culminou com os EUA lançando munições “bunker buster” e mísseis contra os três principais locais nucleares iranianos, integrando-se à ofensiva israelense.
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