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A realidade da saúde pública na Bahia é bem diferente daquela que o governador Jerônimo Rodrigues compartilha nas redes sociais

Promessas nas redes sociais e a falência do sistema de saúde: Pacientes sofrem na “Fila da Morte” enquanto o governo se omite
Por: Lorran Lima 03.fev.2025 às 16h25
A realidade da saúde pública na Bahia é bem diferente daquela que o governador Jerônimo Rodrigues compartilha nas redes sociais
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O governo da Bahia, sob a liderança de Jerônimo Rodrigues, tem tentado passar a imagem de que está comprometido com a melhoria da saúde pública, especialmente nas redes sociais, onde o governador publica frequentemente informações sobre ações e investimentos no setor. Contudo, a realidade vivida pelos baianos é completamente diferente da narrativa promovida pelo governador. A saúde pública do estado enfrenta uma verdadeira crise, e um dos maiores reflexos desse caos é a famosa "Fila da Morte", onde pacientes são forçados a esperar meses ou até anos por procedimentos médicos essenciais, com muitos perdendo a vida antes de serem atendidos.

"Fila da morte": A verdade que o governo quer esconder

A "Fila da Morte", como é conhecida popularmente, é uma das faces mais cruéis da gestão de saúde pública da Bahia. A fila de regulação, que deveria organizar a oferta de consultas, exames e procedimentos médicos de acordo com a urgência, se tornou um verdadeiro labirinto, onde milhares de baianos ficam à espera de atendimento, enquanto suas condições de saúde se deterioram. Para muitos, a fila não é apenas uma espera pelo atendimento, mas uma sentença de morte. Pacientes que precisam de cirurgias urgentes, tratamentos oncológicos, exames de diagnóstico e até atendimento especializado têm que enfrentar uma espera interminável, com a saúde se agravando a cada dia.

"Estou há mais de seis meses esperando para fazer uma cirurgia. Não sei mais como continuar. O governo diz que está cuidando da saúde, mas não vejo nada acontecendo", desabafa um morador de Salvador que, devido a um problema de saúde grave, se vê à margem do sistema de saúde pública.

Infelizmente, esse é o retrato de milhares de pessoas que têm sofrido a dor de ver seus entes queridos aguardando uma solução que nunca chega. Não há estrutura, não há planejamento, e a falta de leitos e profissionais de saúde agrava ainda mais a situação.

Jerônimo Rodrigues e o discurso de aparência

O governador Jerônimo Rodrigues tem investido tempo e energia nas redes sociais, tentando passar a imagem de que está gerenciando a saúde pública com responsabilidade. Publicações diárias falam sobre novos investimentos e ações do governo, mas a realidade vivida pela população é bem diferente. Apesar das promessas de melhorias e do uso das plataformas digitais para comunicar suas ações, os números que chegam dos hospitais públicos e as denúncias da população demonstram um cenário de desamparo e abandono.

Especialistas em saúde pública criticam a postura do governador, apontando que o discurso nas redes sociais é completamente desconectado da realidade dos hospitais e unidades de saúde do estado. “O que vemos no governo de Jerônimo Rodrigues é uma propaganda vazia, sem ação real no campo da saúde pública. O sistema está à beira do colapso”, afirma um profissional da área.

Estrutura hospitalar deficiente e escassez de profissionais

Os hospitais estaduais sofrem com a escassez de leitos e com a superlotação dos atendimentos. Muitos pacientes, ao chegarem para consultas ou emergências, se deparam com unidades de saúde abarrotadas, sem condições mínimas de atendimento. O quadro é ainda mais dramático nas unidades de urgência e emergência, onde pacientes esperam horas, e até mesmo dias, por um atendimento digno.

Além disso, a falta de profissionais capacitados e a sobrecarga de trabalho têm sido uma constante nos hospitais públicos. Médicos e enfermeiros denunciam a exaustão, o sucateamento das condições de trabalho e a falta de insumos básicos para realizar os atendimentos. Com a pressão aumentando, o atendimento à população continua a ser prejudicado, e os resultados disso são catastróficos para os baianos que dependem do SUS.

A indignação da população e a necessidade de Ação

A população baiana, cada vez mais desesperançada, começa a questionar o silêncio do governo diante da realidade da saúde pública no estado. O discurso de melhorias no setor não convence aqueles que vivem a dura realidade das filas de espera, da falta de atendimento médico e das condições insalubres dos hospitais públicos.

"É triste ver o governador tentando enganar a população com promessas de melhorias, enquanto a realidade nas unidades de saúde é totalmente diferente. Temos direito a uma saúde de qualidade, e isso está longe de ser oferecido aqui na Bahia", afirmou uma cidadã de Salvador durante uma manifestação recente.

O futuro da saúde na Bahia: uma urgente necessidade de mudança

Especialistas e membros da sociedade civil apontam que, para reverter o quadro atual da saúde pública na Bahia, é necessário mais do que apenas propaganda. A gestão precisa priorizar ações concretas, com investimentos reais em infraestrutura, contratação de mais profissionais de saúde e, principalmente, uma verdadeira reforma no sistema de regulação. Sem mudanças urgentes, a crise continuará a se agravar, e a "Fila da Morte" seguirá sendo a triste realidade para milhares de baianos.

Enquanto Jerônimo Rodrigues continua a se comunicar nas redes sociais, a saúde pública da Bahia continua a ser um dos maiores problemas do estado. A população espera mais do que discursos vazios — ela exige ações concretas, e principalmente, o fim das filas que matam.



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