Google anuncia ferramenta para concorrer com o ChatGPT

Chatbot nomeado “Bard” se baseia em informações da web para fornecer respostas novas e de alta qualidade aos usuários
Por: Brado Jornal 07.fev.2023 às 05h52
Google anuncia ferramenta para concorrer com o ChatGPT
Bard pode ser usado para planejar o chá de bebê de uma amiga, comparar dois filmes indicados ao Oscar ou obter ideias para o almoço com base no que está na sua geladeira Londres, Reino Unido, 18/01/20189, REUTERS/Hannah McKay

O Google revelou nesta segunda-feira (6) uma nova ferramenta de chatbot apelidada de “Bard” em uma aparente tentativa de competir com o sucesso do ChatGPT.

Sundar Pichai, CEO do Google e da empresa controladora Alphabet, disse em um blog que o Bard será aberto a “testadores confiáveis” a partir desta segunda-feira, com planos de disponibilizá-lo ao público “nas próximas semanas”.

Assim como o ChatGPT, que foi lançado publicamente no final de novembro pela empresa de pesquisa de inteligência artificial OpenAI, o Bard é construído com base em um grande modelo de linguagem. Esses modelos são treinados em dados on-line para gerar respostas convincentes aos usuário.

“O Bard busca combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade de nossos grandes modelos de linguagem”, escreveu Pichai. “Ele se baseia em informações da web para fornecer respostas novas e de alta qualidade.”

O anúncio ocorre quando o principal produto do Google – a pesquisa online – enfrenta seu risco mais significativo em anos. Nos dois meses desde que foi lançado ao público, o ChatGPT foi usado para gerar ensaios, histórias e letras de músicas e para responder a algumas perguntas que alguém poderia ter pesquisado anteriormente no Google.

A imensa atenção no ChatGPT levou a administração do Google a declarar uma situação de “código vermelho” para seu negócio de busca. Em um tuite no ano passado, Paul Buchheit, um dos criadores do GMail, alertou que o Google “pode estar a apenas um ou dois anos de uma disrupção total” devido ao surgimento da IA.

A Microsoft, que confirmou planos de investir bilhões em OpenAI, já disse que incorporaria a ferramenta em alguns de seus produtos – e há rumores de que planeja integrá-la ao seu mecanismo de busca, o Bing.

A tecnologia subjacente que dá suporte ao Bard já existe há algum tempo, embora não esteja amplamente disponível ao público. O Google revelou seu modelo de linguagem para aplicativos de diálogo (ou LaMDA) há cerca de dois anos e disse nesta segunda-feira que essa tecnologia fortalecerá a Bard.

A LaMDA ganhou as manchetes no final do ano passado, quando um ex-engenheiro do Google afirmou que o chatbot era “sensível”. Suas afirmações foram amplamente criticadas na comunidade de IA.

Na postagem de segunda-feira, o Google ofereceu o exemplo de um usuário pedindo à Bard para explicar as novas descobertas feitas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) da Nasa de uma forma que uma criança de 9 anos poderia achar interessante.

O Bard responde com tópicos de conversação. O primeiro diz: “Em 2023, o JWST avistou várias galáxias apelidadas de ‘ervilhas verdes’. Elas receberam esse nome porque são pequenas, redondas e verdes, como ervilhas.”

O Bard pode ser usado para planejar o chá de bebê de uma amiga, comparar dois filmes indicados ao Oscar ou obter ideias para o almoço com base no que está na sua geladeira, de acordo com a postagem do Google.

Pichai também disse que as ferramentas com inteligência artificial começarão a ser lançadas em breve na principal ferramenta de pesquisa do Google.

“Em breve, você verá recursos baseados em IA na Pesquisa que destilam informações complexas e múltiplas perspectivas em formatos fáceis de digerir, para que você possa entender rapidamente o quadro geral e aprender mais com a web”, escreveu Pichai, “seja buscando perspectivas adicionais, como blogs de pessoas que tocam piano e violão, ou se aprofundando em um tópico relacionado, como etapas para começar como iniciante.”

Se o Google se mover mais na direção de incorporar uma ferramenta de chatbot de IA na pesquisa, isso poderá trazer alguns riscos. Como essas ferramentas são treinadas em dados online, os especialistas observaram que elas têm o potencial de perpetuar preconceitos e espalhar desinformação.

“É fundamental”, escreveu Pichai em seu post, “que tragamos experiências enraizadas nesses modelos para o mundo de maneira ousada e responsável”.



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