Marcos Cintra, em depoimento à PF: ‘Fui induzido ao erro’

O economista afirma que 'não tem conhecimento técnico' e que foi 'vítima de uma publicação incompleta'
Por: Brado Jornal 25.nov.2022 às 15h47
Marcos Cintra, em depoimento à PF: ‘Fui induzido ao erro’
Nas mídias sociais, Cintra escreveu sobre possíveis irregularidades nas urnas eletrônicas. Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, disse na quarta-feira 23, em depoimento à Polícia Federal (PF), que foi induzido ao erro, ao levantar possíveis erros nas urnas eletrônicas. O economista afirmou ter sido “vítima de uma publicação incompleta”.

No depoimento, Cintra disse não entender exatamente os processos de auditoria realizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que envolvem a análise do hardware, do software e da transmissão de dados das urnas eletrônicas.

“Indagado se teve acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas ou de alguma forma obteve informações técnicas que indicaram vulnerabilidades no sistema de votação eletrônico que pudessem dar causa a condutas fraudulentas nas eleições de 2022, respondeu que não”, diz o termo de declaração da PF. “Indagado se participou dos testes de integridade das urnas eletrônicas, respondeu que não.”

Cintra alegou ter obtido a informação de possível irregularidade nas urnas eletrônicas através das mídias sociais. Essas publicações diziam que algumas urnas registraram 100% dos votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e zero para o presidente Jair Bolsonaro (PL). O economista esclareceu que, “por falta de conhecimento”, não teve como procurar tais informações no site do TSE.


Razões para concordar com Bolsonaro

Na publicação no Twitter, Cintra disse que “tem razões para não concordar com Bolsonaro: falta de preparo e de cultura, baixa capacidade de liderança, e comportamento inadequado para presidir um país como o Brasil”. Acrescentou, contudo, que as dúvidas de Bolsonaro sobre as urnas “merecem resposta”.

Depois  da publicação na plataforma, Luciano Bivar, presidente da União Brasil, encerrou o contrato do partido com o economista. Ele ganhava R$ 45 mil por mês para prestar consultoria na área tributária. Os recursos eram públicos e vinham do Fundo Partidário.

Para amenizar suas declarações, Cintra disse que não tinha a intenção de deslegitimar o sistema eletrônico de votação, mas que, “pelo contrário, buscou explicações para resguardar o próprio sistema eleitoral e que acredita na legitimidade das instituições”.

Na terça-feira 22, Cintra encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes um pedido para desbloqueio da sua conta no Twitter. No documento, ele se compromete a apagar a publicação nas redes sociais.



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