TRF4 mantém decisão que anulou multa de R$ 2,8 milhões a Deltan

A decisão é uma derrota ao governo Lula, que havia apelado via Advocacia Geral da União. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça.
Por: Brado Jornal 27.set.2024 às 07h26
TRF4 mantém decisão que anulou multa de R$ 2,8 milhões a Deltan
Lula Marques/Agência Brasil

A 12ª Turma do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) referendou, nesta quinta-feira, 26 de setembro, decisão de primeira instância que anulou a multa de R$ 2,8 milhões imposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo).

A decisão é uma derrota ao governo Lula, que havia apelado via Advocacia Geral da União. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça.

O TCU havia condenado Dallagnol em agosto de 2022 sob alegação de gastos indevidos na sua gestão da força-tarefa do Ministério Público na Operação Lava Jato — o caso não tem ligação com a cassação de mandato dele na Câmara dos Deputados em 2023.

Em contraste, o TRF-4 afirmou na determinação desta quinta que “não há indícios mínimos de irregularidade”.

O Tribunal Regional concordou com o julgamento da primeira instância de que Dallagnol não era responsável por gastos indevidos na convocação da força-tarefa.

A responsabilidade era do Procurador-Geral da República na formação da Lava Jato, Rodrigo Janot, que foi condenado junto com Dallagnol no TCU.

Em 3 de junho de 2022, a Justiça Federal suspendeu o processo relatado por Bruno Dantas no TCU contra Dallagnol, considerando a medida a única “solução” para “restaurar a Justiça neste caso”.

Na decisão, o juiz Augusto César Pansini Gonçalves, substituto na 6.ª Vara Federal de Curitiba, considerou o procedimento “ilegal” e afirmou que o ex-procurador não foi o ordenador de despesas, nem “arquitetou o modelo de pagamento das diárias e passagens dos colegas”.

Segundo o magistrado, Dantas fez “especulações” que “não são aparentemente verdadeiras” sobre a participação de Dallagnol e “pareceu prejulgar o caso”, mostrando “suposta falta de impessoalidade”.

Nomeado por Lula para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e por Dilma Rousseff para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o TCU, Dantas é o mesmo ministro que foi citado na delação do ex-governador Sérgio Cabral, recebeu mordomias do empresário Joesley Batista e compareceu com Renan Calheiros ao jantar inaugural da campanha do próprio Lula para as eleições de 2022.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Manifestantes tentam invadir área restrita da COP30 em Belém
Confronto entre ativistas e equipe de segurança gera cancelamentos e eco global
Primeira Turma do STF inicia julgamento de acusados no núcleo 3 do plano golpista
Supremo analisa denúncia contra nove militares do Exército e um policial federal envolvidos na tentativa de golpe durante o governo Bolsonaro
Procuradoria solicita ao Supremo condenação de parlamentares do PL por corrupção em emendas
PGR busca punição de três deputados por crimes em esquema de desvios
Alterações no Projeto Antifacção preocupam PF e Judiciário por possível proteção a apurações de emendas
PF monitora com apreensão mudanças propostas pelo relator no PL Antifacção
STF rejeita tentativa de Renato Cariani de suspender processo por tráfico em São Paulo
Influenciador do setor fitness responde a acusações de associação para o tráfico, lavagem de capitais e tráfico de drogas na Justiça estadual
Empresário suspeito de fraude em aposentadorias tem aparelho telefônico confiscado pela CPMI do INSS
Ação visa preservar provas em esquema bilionário de desvios no instituto previdenciário
Carregando..