PF realiza operação contra assessores de deputados Carlos Jordy e Sóstenes Calvalcante

"Rent a Car" investiga desvio de recursos de cotas parlamentares através de contratos falsos com locadoras de veículos
Por: Brado Jornal 19.dez.2024 às 08h58 - Atualizado: 19.dez.2024 às 09h37
PF realiza operação contra assessores de deputados Carlos Jordy e Sóstenes Calvalcante
Rafa Neddemeyer/Agência Brasil
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (19) mandados de busca e apreensão em endereços ligados a assessores dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A operação, batizada de "Rent a Car", foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, seis mandados foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, Tocantins e no Distrito Federal. A identidade dos assessores envolvidos não foi divulgada.

De acordo com a Polícia Federal, agentes públicos e empresários teriam participado de um esquema para desviar recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. O esquema utilizava contratos falsos com locadoras de veículos, segundo os investigadores.

As apurações apontam indícios de práticas como transferências financeiras "sem justificativa aparente" e "smurfing" – técnica que fragmenta transações ilícitas em pequenos depósitos para evitar a detecção por órgãos de fiscalização.

A operação também investiga a suposta ligação dos assessores com uma empresa já citada em inquéritos sobre fraudes em licitações no estado do Amazonas. A PF busca identificar o alcance da rede de corrupção e os valores envolvidos no esquema.

O caso segue em sigilo judicial, enquanto os desdobramentos podem trazer novas implicações para os envolvidos.


O que dizem os deputados
Por telefone, Sóstenes Cavalcante afirmou que ficou sabendo dos mandados pela imprensa, e que seus advogados aguardavam para acessar o processo.

O parlamentar disse que conversou por telefone com Carlos Jordy, e que ambos têm contrato com a mesma locadora de veículos – que, segundo o próprio Sóstenes, atende seu gabinete desde o primeiro mandato (2015 a 2018).

Ainda por telefone, Sóstenes disse que não tem "nada a temer" e que vai "esclarecer o que tem que ser esclarecido".


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