O deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) negou qualquer envolvimento no esquema de desvio de emendas parlamentares investigado pela Polícia Federal (PF). Após reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (13), o parlamentar afirmou que nunca foi alvo da investigação, mas reconheceu a gravidade da situação.
"Em momento algum eu apareço como investigado, mas isso não diminui nossa preocupação. Sempre encaminhamos as emendas com critério e dentro das formalidades", declarou.
A operação da PF, batizada de EmendaFest, cumpriu mandados de busca em 11 endereços, incluindo Brasília e cidades do Rio Grande do Sul. Durante as ações, os agentes apreenderam mais de R$ 350 mil em espécie e celulares escondidos no forro de um escritório.
O foco da investigação recai sobre o secretário parlamentar de Afonso, Lino Rogério da Silva, que reside com o deputado em um imóvel funcional em Brasília. Segundo a PF, mensagens indicam que ele negociou propina com o lobista Cliver André Fiegenbaum para a destinação de emendas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS). O contrato previa um pagamento de 6% sobre três emendas parlamentares que somavam R$ 1 milhão entre 2023 e 2024.
Afonso Motta defendeu seu assessor, mas admitiu que deve exonerá-lo na próxima semana. Ele também afirmou que Lino deixará o apartamento funcional até sexta-feira (14).
"O contrato de prestação de serviços envolve esse intermediário e o hospital, não há qualquer ligação com nosso gabinete", argumentou o deputado.
O PDT acompanha as investigações e avalia se levará o caso ao conselho de ética do partido. O presidente da Câmara, Hugo Motta, declarou que o Legislativo acompanha a operação com “tranquilidade” e garantiu que o processo será conduzido com transparência.
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