Em discurso durante cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que o Brasil, como nação soberana, está preparado para proteger sua democracia contra “ameaças internas e externas”. A declaração ocorre em um momento de atrito com o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, que avalia sanções contra autoridades acusadas de “censura” a cidadãos e empresas norte-americanas.
Cerimônia no TSE e elogios à gestão
Moraes participou de evento no TSE para a inclusão de seu retrato na galeria de ex-presidentes da Corte, onde atuou como presidente entre 2022 e 2024. A cerimônia, conduzida pela atual presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, reuniu autoridades dos Três Poderes e das Forças Armadas, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente do Senado Davi Alcolumbre, o presidente do STF Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, André Mendonça, Nunes Marques, Luiz Fux, além de outras figuras como o ex-presidente Michel Temer e o comandante do Exército, general Tomás Paiva.
Cármen Lúcia elogiou a gestão de Moraes, destacando sua atuação nas eleições de 2022, marcadas por desafios significativos. “O Brasil teve a sorte de contar com um juiz eficiente, corajoso e ciente de sua responsabilidade, que garantiu a realização das eleições”, afirmou a ministra, descrevendo Moraes como um “guerreiro” na defesa do processo eleitoral.
Defesa da democracia e citação a Lincoln
Em seu discurso, Moraes reforçou o compromisso do TSE e do Judiciário com o Estado democrático de Direito, citando Abraham Lincoln, 16º presidente dos EUA, para destacar que a defesa da democracia é um princípio inegociável. Ele enfatizou que o TSE tem a missão de assegurar que os candidatos escolhidos pelo povo sejam empossados e governem conforme a Constituição. “Não importa a origem das agressões, sejam de inimigos nacionais ou internacionais. O Brasil sempre saberá defender sua democracia”, declarou.
Tensões com os EUA
As declarações de Moraes ocorrem em meio a especulações sobre possíveis sanções do governo Trump contra o ministro. Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, indicou que Moraes poderia ser alvo de restrições de visto ou medidas previstas na Lei Magnitsky, que permite punições por supostas violações de direitos humanos, como bloqueio de bens e proibição de transações com empresas americanas. Embora não haja uma lista oficial de alvos, Rubio mencionou a intenção de proteger os direitos constitucionais de cidadãos dos EUA, inclusive no exterior.
A aplicação de sanções via Lei Magnitsky exigiria coordenação com o Departamento do Tesouro, enquanto restrições de visto poderiam ser decididas diretamente por Rubio. A possibilidade de medidas contra Moraes intensifica o debate sobre a relação entre soberania nacional e pressões internacionais.
Legado no TSE
Durante sua gestão no TSE, Moraes foi reconhecido por adotar medidas firmes para garantir a segurança e a lisura das eleições de 2022. A cerimônia no TSE reforçou seu papel central na condução do processo eleitoral, com a presença de figuras como o ministro da Defesa José Múcio, o advogado-geral da União Jorge Messias, o presidente do TCU Bruno Dantas e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, entre outros.
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