O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (15.jul.2025) a anulação de todos os atos processuais da operação Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, incluindo sentenças do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil (PR). A delação premiada de Youssef, firmada em 2014 e fundamental para investigações contra figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi mantida.
Atendendo a um pedido da defesa de Youssef apresentado em junho de 2025, Toffoli justificou a decisão apontando irregularidades no processo. “A parcialidade do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba extrapolou todos os limites”, afirmou. Ele destacou um “conluio entre Polícia Federal, Ministério Público Federal e o ex-juiz Sergio Moro” que, segundo o ministro, resultou em um “jogo de cartas marcadas”. Toffoli também mencionou a operação Spoofing, deflagrada em 2019, que revelou mensagens hackeadas de membros da Lava Jato, evidenciando um “complexo sistema de captura do Poder Judiciário e do Ministério Público para o desenvolvimento de projetos pessoais e políticos”.
A defesa de Youssef argumentou que o doleiro foi vítima de grampos ilegais enquanto estava preso na sede da Polícia Federal, a partir de 17 de março de 2014, data de sua prisão na primeira fase da Lava Jato. As gravações, que teriam se estendido até o mês seguinte, foram descobertas pelo próprio Youssef e, segundo os advogados, comprometeram a “voluntariedade e espontaneidade” da delação, que teria sido induzida para atingir alvos predefinidos.
Em resposta, Sergio Moro criticou a decisão em seu perfil no X: “reflete a inversão de valores morais pela qual o Brasil passa, reforça a impunidade e abre portas para novos escândalos”.
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