Durante um discurso no congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Goiânia, na quinta-feira (17.jul.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a usar tom irônico ao comentar a relação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula sugeriu que Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi aos EUA para pedir que Trump intercedesse para evitar a prisão de seu pai, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. “Libera o [Jair] Bolsonaro porque o filho dele está aqui me enchendo o saco”, disse Lula, imitando Trump, para depois completar, em tom de zombaria: “Liberta meu pai, liberta meu pai, liberta meu pai”.
Lula já havia feito comentários semelhantes em 11 de julho, durante evento em Linhares, Espírito Santo. Em Goiânia, ele prosseguiu: “Agora, ele [Jair Bolsonaro] fica mandando o filho dele lá pros Estados Unidos. ‘Vai lá pedir para o Trump me absolver, vai lá, vai lá’. E fica abraçado na bandeira norte-americana. Esse patriota falso. Nós vamos tomar a bandeira verde e amarela”. O presidente também criticou Trump por sua intervenção, considerando desrespeitoso o pedido para que o Brasil “não mexa” com Bolsonaro. “Além de pedir de forma desrespeitosa que a gente não mexesse com o [Jair] Bolsonaro, ele disse que não é amigo do Bolsonaro, mas ele é boa gente, ele fez o bem para o Brasil. Todo mundo sabe o que ele fez aqui no Brasil. Ele ainda vai ser processado pela covid-19, pela quantidade de gente que morreu sob a irresponsabilidade dele”, afirmou Lula.
A polêmica ganhou força após Trump, em 7 de julho, classificar o processo contra Bolsonaro como um “caça às bruxas” e pedir: “Deixem Bolsonaro em paz” (“Leave Bolsonaro alone”, em inglês). Dois dias depois, o presidente americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida, em parte, pela suposta perseguição a Bolsonaro. Em outra declaração, Trump afirmou que, embora não seja próximo de Bolsonaro, o considera um “bom homem”. Jair Bolsonaro, por sua vez, expressou admiração ao dizer ao Poder360 que é “apaixonado” por Trump.
A atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA também está sob escrutínio. Em 26 de maio, o ministro do STF Alexandre de Moraes abriu inquérito contra o deputado a pedido da PGR, para investigar suas ações contra autoridades brasileiras em território americano. Em 8 de julho, Moraes prorrogou as investigações por mais 60 dias, determinando que a Polícia Federal monitore as postagens de Eduardo nas redes sociais. “Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes, prorrogo a presente investigação por mais 60 dias”, escreveu o magistrado.
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