Hugo Motta suspende reuniões de comissões da Câmara e frustra oposição

O grupo planejava votar moções em apoio a Bolsonaro.
Por: Brado Jornal 22.jul.2025 às 14h12 - Atualizado: 22.jul.2025 às 14h13
Hugo Motta suspende reuniões de comissões da Câmara e frustra oposição
Hugo Motta (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a suspensão das reuniões das comissões entre 22 de julho e 1º de agosto de 2025, em uma decisão que gerou controvérsia. A medida foi tomada em resposta à mobilização de deputados do PL, partido ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que protestavam contra as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


A decisão de Motta, anunciada por volta das 10h, coincidiu com o horário marcado para uma reunião da Comissão de Segurança Pública, dominada por deputados bolsonaristas. O grupo planejava votar moções em apoio a Bolsonaro. Em reação, aliados do ex-presidente convocaram a imprensa para contestar a suspensão. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou o ato de Motta como “inconstitucional” e “antirregimental”. Ele argumentou que, na ausência de Motta e do vice-presidente Altineu Côrtes (PL-RJ), quem deveria tomar decisões seria Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que está em exercício. “A única autoridade a quem deveríamos nos submeter é Elmar Nascimento”, afirmou Cavalcante.


A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, sob o comando de Filipe Barros (PL-PR), também tinha na pauta do dia 21 de julho duas moções. Uma, proposta por Evair Vieira de Melo (PP-ES), criticava as medidas do STF, chamando-as de “arbitrárias e coercitivas”. A outra, de autoria de Sóstenes Cavalcante, pedia a aprovação de uma moção de louvor a Bolsonaro.


Recesso parlamentar segue mantido 

Apesar das pressões da oposição, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), confirmaram a manutenção do recesso parlamentar de julho. Alcolumbre destacou, em nota, que o período sem sessões deliberativas ou atividades das comissões já havia sido amplamente comunicado e será respeitado nas próximas duas semanas.


Motta, por sua vez, justificou a decisão citando a realização de obras estruturais na Câmara durante o recesso, com o objetivo de “modernizar e qualificar” os espaços da Casa, conforme planejamento da Diretoria-Geral. Ele informou que os trabalhos legislativos, incluindo sessões e atividades das comissões, serão retomados a partir de 4 de agosto, seguindo o calendário oficial do Congresso, que estabelece o primeiro semestre legislativo de 2 de fevereiro a 17 de julho e o segundo de 1º de agosto a 22 de dezembro.



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