Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que não será influenciado por ameaças feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025. Em entrevista exclusiva ao blog, Motta destacou sua postura de equilíbrio na condução dos trabalhos legislativos.
"Eu não levo muito em consideração essas ameaças, porque - primeiro - não funciono sob ameaça. Então, para mim, isso não altera nem o meu humor, nem a minha maneira de agir", declarou Motta. Ele reforçou que Eduardo será tratado como qualquer outro parlamentar, sem privilégios ou perseguições, seguindo o regimento da Casa. "Nós temos que saber separar as coisas, porque o papel do presidente da casa é agir com muita imparcialidade. Nós temos que ter a condição de conduzir com muito equilíbrio para que a Câmara possa estar focada naquilo que realmente interessa, que são os problemas do nosso país", completou.
Na última sexta-feira (15), Motta encaminhou ao Conselho de Ética da Câmara quatro pedidos de cassação contra Eduardo Bolsonaro, que estavam parados na Mesa Diretora. As denúncias, três do PT e uma do PSOL, acusam o deputado de quebra de decoro parlamentar por supostamente atuar contra interesses brasileiros e apoiar sanções do governo de Donald Trump.Eduardo também fez críticas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sugerindo que ambos poderiam sofrer sanções dos Estados Unidos caso não avançassem com projetos de anistia ou pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na quarta-feira (20), a Polícia Federal indiciou Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro por coação a autoridades envolvidas na investigação do golpe de Estado. Em sua conta na rede social X, Eduardo reagiu: "É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados". Ele também afirmou que sua atuação nos Estados Unidos "jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil" e que seu foco é "pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional".
Pessoas próximas a Motta avaliam que as ameaças de Eduardo não refletem o clima atual no Congresso. Segundo esses interlocutores, o apoio a projetos de anistia diminuiu, especialmente após articulações da família Bolsonaro por medidas protecionistas dos Estados Unidos, que reduziram as chances de aprovação no Legislativo.
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