A presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma reunião no Palácio do Planalto com uma conhecida líder de comunidade de uma favela na capital paulista, que enfrenta prisão domiciliar devido a investigações sobre supostas conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais facções criminosas do país. O encontro, que ocorreu na tarde de terça-feira (10), teve como foco principal os desafios enfrentados por moradores de áreas vulneráveis, incluindo questões de violência urbana, acesso a políticas públicas e o impacto de operações policiais nessas regiões.
De acordo com fontes próximas ao governo, a visita foi agendada por meio de assessores da Presidência e contou com a presença de ministros como o da Justiça, Flávio Dino, e da Igualdade Racial, Anielle Franco. A líder, que prefere não ter seu nome divulgado por razões de segurança, é reconhecida por seu trabalho em projetos sociais na favela, como iniciativas de educação e saúde para jovens em risco. Ela está sob medida cautelar desde março de 2024, após uma operação da Polícia Federal que apura financiamentos irregulares a associações comunitárias, com indícios de lavagem de dinheiro ligada ao PCC. No entanto, sua defesa alega que as acusações são infundadas e motivadas por perseguição política.
Durante o diálogo de cerca de uma hora, a líder expressou preocupações com a realidade das favelas. "As operações policiais chegam como um tsunami, destruindo lares e separando famílias, sem resolver o crime de verdade", disse ela, em trecho de depoimento registrado por assessores. Lula, por sua vez, respondeu enfatizando o compromisso do governo com uma abordagem mais humanizada. "Não podemos tratar a pobreza como crime; precisamos investir em prevenção e inclusão para desarmar o ciclo da violência", afirmou o presidente, segundo relatos de participantes.
O evento faz parte de uma série de audiências que Lula tem promovido com representantes de movimentos sociais e comunidades marginalizadas, visando subsidiar o Plano Nacional de Segurança Pública, previsto para ser lançado em outubro. Especialistas em direitos humanos apontam que encontros como esse reforçam o diálogo entre o Estado e a sociedade civil, embora critiquem a lentidão na implementação de reformas penitenciárias e no combate ao crime organizado. A defesa da líder informou que pretende usar o apoio presidencial para agilizar recursos judiciais, enquanto o Ministério Público Federal continua as investigações sem previsão de conclusão imediata.
Autoridades do governo destacam que a reunião não interfere em processos judiciais em andamento e serve apenas como espaço para escuta ativa. O caso ganhou atenção da mídia nacional após vazamentos de áudios que sugerem tentativas de intimidação contra ativistas comunitários, mas o Planalto nega qualquer influência política nas ações da PF.
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