O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto que revisa as penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, rejeitou a possibilidade de uma anistia ampla que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. “Não tenho condições de salvar Bolsonaro individualmente”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo nesta sexta-feira, 19 de setembro de 2025.
Paulinho informou que o projeto, originalmente de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), será reformulado e renomeado como “PL da Dosimetria”. O foco será reduzir as penas dos condenados, sem conceder perdão total. “Quero um texto equilibrado, que não seja de esquerda nem de direita, mas que pacifique o Brasil”, declarou. Ele planeja consultar todas as bancadas antes de finalizar a proposta, evitando alinhamentos automáticos. “O texto só será concluído após ouvir todos”, disse.
Na quinta-feira, 18 de setembro, Paulinho reuniu-se com o ex-presidente Michel Temer (MDB), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e, virtualmente, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O grupo optou por mudar o nome do projeto, antes chamado “PL da Anistia”, para evitar conflitos com o STF, que considera inconstitucional anistiar crimes contra o Estado Democrático de Direito. Temer classificou a iniciativa como um “pacto republicano” entre Executivo, Legislativo e Judiciário, enquanto Aécio defendeu a nova nomenclatura como “adequada”.
Apesar da pressão de bolsonaristas para incluir Bolsonaro em uma possível anistia, Paulinho enfatizou a busca por um consenso que inclua o STF. “Quero um projeto que agrade a todos, até o Supremo”, afirmou. Na quarta-feira, 17 de setembro, a Câmara aprovou, com 311 votos a favor e 163 contra, a urgência para a tramitação do projeto, indicando avanço nas negociações. Paulinho prevê novas reuniões com líderes partidários na próxima semana para definir o texto, que priorizará a redução de penas, descartando a anistia ampla defendida por setores da oposição.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...