Com a reeleição em 2026 no horizonte, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensifica medidas populistas para conquistar votos, mas falha em enfrentar a desigualdade estrutural do país. Entre as principais apostas estão a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais e a ampliação de programas sociais como Bolsa Família e Pé-de-Meia, que juntos impactam até 70 milhões de brasileiros. Críticos apontam que essas iniciativas, embora populares, priorizam ganhos eleitorais em vez de promover justiça social.
A isenção do IR, que deve ser votada na Câmara em 1º de outubro de 2025, beneficiará cerca de 10 a 11 milhões de pessoas que deixarão de pagar o imposto, além de 5 milhões com descontos para rendas entre R$ 5.000 e R$ 7.000. Regiões mais ricas, como Sul e Sudeste, que concentram maior número de trabalhadores formais, serão as mais favorecidas. Segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP), a medida terá impacto limitado na redução da desigualdade e pode até agravá-la, já que não inclui taxação de grandes fortunas e beneficia principalmente a classe média, que historicamente desaprova mais o governo Lula.
Enquanto isso, no Norte e Nordeste, o Planalto reforça programas como o Bolsa Família, que atende 19,1 milhões de famílias (cerca de 49,8 milhões de pessoas), e o Pé-de-Meia, que beneficia 4 milhões de estudantes do ensino médio, potenciais eleitores em 2026. Essas ações injetam bilhões na economia local, criando uma sensação de bem-estar em ano pré-eleitoral, mas são vistas como assistencialismo eleitoreiro, incapaz de gerar desenvolvimento sustentável. No Centro-Oeste, há um equilíbrio entre os beneficiados pela isenção do IR e os programas sociais, mas o impacto estrutural também é questionável.
Somadas, essas medidas, junto a outras aprovações do Congresso, liberarão até R$ 252 bilhões em recursos públicos ou renúncias fiscais em 2025. Apesar do alcance, especialistas criticam a falta de foco em políticas que ataquem a concentração de renda, enquanto o governo parece mais preocupado em reduzir a rejeição de Lula e garantir apoio eleitoral do que em promover mudanças estruturais para os mais pobres.
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