Antes do breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 23 de setembro de 2025, representantes dos governos brasileiro e norte-americano conduziram negociações discretas. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o diálogo foi estrategicamente planejado por pelo menos duas semanas, com reuniões presenciais e virtuais que não constaram em agendas oficiais para evitar interferências da oposição.
O objetivo foi preparar o terreno para a interação entre Lula e Trump, que ocorreu na sala de espera do plenário da ONU, após o discurso do presidente brasileiro. Diferentemente do habitual, Lula optou por retornar à sala de espera, onde Trump, que assistia à sua fala, já estava presente. O encontro, descrito como um “esbarrão” planejado, marcou o primeiro contato direto entre os dois líderes.
Nos 15 dias anteriores à viagem de Lula aos EUA, o Palácio do Planalto realizou contatos de alto nível com autoridades americanas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se com Richard Grenell, enviado de Missões Especiais do governo Trump. Já o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), conversou por videoconferência com Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, em 11 de setembro. Ao todo, 12 reuniões entre equipes comerciais dos dois países foram realizadas, visando fortalecer laços bilaterais.
Além do esforço governamental, o setor privado brasileiro também desempenhou um papel relevante. Empresários, incluindo Joesley Batista, da JBS, participaram de reuniões em Washington D.C. para promover uma aproximação entre os dois países. Batista, segundo o Estadão, dialogou diretamente com Trump. Outros nomes, como Carlos Sanchez, da EMS, fabricante de medicamentos genéricos, contrataram serviços de lobby nos EUA e se reuniram com congressistas. João Camargo, fundador da Esfera Brasil, também esteve presente, conforme registro em suas redes sociais ao lado de Susie Wiles, chefe de Gabinete de Trump, em 24 de setembro de 2025.
“Nos 15 dias que antecederam a viagem de Lula aos Estados Unidos, o Planalto realizou conversas de alto nível com autoridades norte-americanas. As reuniões foram sigilosas. Não estavam na agenda dos responsáveis e não foram divulgadas posteriormente. O motivo: evitar que a oposição travasse as negociações,” informou o jornal O Estado de S. Paulo.
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