O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) conduz uma investigação contra Anilton José Maturino dos Santos, conhecido como Niltinho Maturino (PRB), presidente da Câmara Municipal de Camaçari, por suspeita de operar um esquema de “rachadinha”. A prática consiste na devolução de parte dos salários de servidores ao responsável por suas nomeações. O MP-BA busca esclarecer se houve transferências ilícitas de valores dos vencimentos dos funcionários para o presidente.
A denúncia partiu do Soldado Andrade, responsável por um portal de notícias local, que acionou o Ministério Público para investigar possíveis repasses indevidos envolvendo assessores e servidores comissionados do gabinete de Niltinho Maturino.
Gestão sob escrutínio
A administração de Niltinho Maturino já enfrentava críticas antes dessa investigação. Em maio de 2025, 11 vereadores da base governista manifestaram insatisfação com a condução da Câmara, classificando a liderança do presidente como “preocupante”. Eles apontaram falhas administrativas e falta de transparência na alocação de cargos.
Os parlamentares questionaram a distribuição de vagas, que, segundo eles, favorecia Flávio Matos (União Brasil), ex-presidente do Legislativo e candidato derrotado nas eleições municipais. Conforme os vereadores, Matos estaria recebendo cerca de R$ 100.000,00 por meio da nomeação de três servidores. A ex-vereadora Professora Angélica (PP), que foi candidata a vice-prefeita na chapa de Flávio em 2024, também foi citada como beneficiária do mesmo montante.
Na ocasião, os vereadores relataram que a denúncia surgiu a partir de um radialista local, cujo nome não foi divulgado. Dados do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) revelaram que, em três meses, a gestão de Niltinho distribuiu mais de R$ 1 milhão em gratificações a servidores.
A reportagem entrou em contato com o gabinete do presidente da Câmara Municipal de Camaçari, mas aguarda retorno sobre os questionamentos.
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