O chanceler Mauro Vieira, das Relações Exteriores, manteve uma conversa curta nesta quarta-feira (12.nov.2025) com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante uma pausa nas discussões do G7, sediado em Niagara, no Canadá. O diálogo, que se estendeu por cerca de 15 minutos antes de uma sessão mais ampla de aproximadamente 45 minutos, focou na urgência de que os Estados Unidos revisem o acordo sugerido pelo governo brasileiro em 4 de novembro, com o objetivo de suspender as tarifas elevadas impostas recentemente.
Essa interação marca o segundo contato direto entre os dois diplomatas desde o início das tratativas bilaterais, iniciado em 6 de outubro, logo após uma ligação telefônica entre os presidentes Lula e Trump. Após 37 dias de negociações, ainda não há um entendimento comercial definitivo entre as nações. Para avançar o processo, uma nova rodada de conversas está agendada para esta quinta-feira (13.nov) em Washington D.C., atendendo a um pedido específico da parte brasileira.
Desde agosto, o Brasil pressiona pela anulação do "tarifaço", implementado em 6 de agosto de 2025, que impõe uma taxa adicional de 50% sobre produtos exportados para os EUA. Essa medida inclui uma sobretaxa extra de 40%, motivada, em parte, pela discordância da administração Trump em relação ao julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro recebeu uma sentença de 27 anos e 3 meses de prisão em processo julgado pela 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) e relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Além das tarifas comerciais, o Itamaraty defende o levantamento de sanções contra autoridades brasileiras, como o próprio Moraes, que enfrenta restrições sob a Lei Magnitsky, impedindo-o de realizar transações financeiras nos Estados Unidos. Em resposta a essa questão, o presidente Lula já havia se posicionado de forma clara, afirmando que "Lula disse que a pauta está fora da mesa de negociações com os Estados Unidos."
A foto de Mauro Vieira e Marco Rubio, capturada durante uma reunião na Casa Branca em outubro de 2025, ilustra o histórico recente de interações entre os dois lados. A expectativa é que o encontro em Washington impulsione progressos concretos nas discussões, em meio a um calendário diplomático apertado no âmbito do G7.
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