A viagem do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) aos Estados Unidos, após ser condenado a 16 anos de prisão em regime fechado por participação no plano de golpe de Estado, desencadeou forte reação entre Polícia Federal, Secretaria de Segurança do Distrito Federal e governo local.
Segundo apurou a CNN, a PF acredita que Ramagem tenha deixado o Brasil de carro, atravessando a fronteira com país vizinho, e de lá embarcado em voo comercial com destino aos EUA. Até o momento, não havia contra ele nenhuma medida cautelar de monitoramento eletrônico ou proibição de saída do país.
Dentro da corporação, policiais federais manifestam estranheza com a presença frequente do deputado na Câmara nas últimas semanas, inclusive com registro de voto na votação do PL Antifacção. Ramagem justificou as ausências prolongadas com atestados médicos primeiro de 30 dias e, posteriormente, estendido até 12 de dezembro. Como os atestados não equivalem a licença médica formal, o parlamentar manteve o direito de votar remotamente.
A Câmara dos Deputados confirmou que Alexandre Ramagem não informou à Mesa Diretora sobre a viagem internacional nem solicitou autorização para missão oficial no exterior.O caso elevou o nível de alerta em relação aos demais condenados na mesma ação penal que residem em Brasília e não estão submetidos a qualquer tipo de monitoramento. Atualmente, apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usa tornozeleira eletrônica e cumpre prisão domiciliar, com fiscalização feita pela polícia penal.
Autoridades policiais reconhecem o aumento da preocupação, mas admitem que, sem determinação judicial específica, não há instrumento legal para impedir eventuais novas fugas dos outros réus.
Na noite de quinta-feira (20), o PSOL protocolou no Supremo Tribunal Federal pedido de prisão preventiva de quatro ex-ministros e ex-comandantes do governo Bolsonaro, alegando risco concreto de fuga após o precedente de Ramagem. Os alvos são:
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
Até o momento, o STF não se manifestou sobre o requerimento.
Enquanto isso, mesmo estando nos Estados Unidos, Ramagem segue ativo nas redes sociais e continua participando de votações na Câmara por meio do sistema remoto.
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