O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (25) que está aberto a conversar diretamente com Nicolás Maduro, mesmo após classificar o Cartel de los Soles – supostamente comandado pelo líder venezuelano como organização terrorista.
A bordo do Air Force One, ao ser questionado por jornalistas sobre o motivo de querer dialogar com alguém que considera chefe de um grupo terrorista, Trump respondeu:
“Se pudermos salvar vidas, se pudermos resolver as coisas do jeito fácil, seria bom. E se tivermos que fazer isso do jeito difícil, tudo bem, também.
”Sobre os objetivos americanos diante do aumento da tensão com Caracas, o presidente foi evasivo: disse que não revelaria a meta porque “todos já sabem qual é” e voltou a acusar a Venezuela de ser responsável pelo tráfico de drogas que chega aos Estados Unidos.
Segundo o site Axios, Trump já teria confidenciado a aliados próximos o desejo de falar por telefone diretamente com Maduro. Até o momento, nenhuma data foi marcada para o possível contato.
Pressão militar no Caribe
Nos últimos meses, os Estados Unidos intensificaram a presença naval na região. O porta-aviões USS Gerald Ford, o maior do mundo, e outros oito navios de guerra, além de caças F-35, foram enviados ao Caribe. Desde setembro, as forças americanas realizaram pelo menos 21 ataques contra embarcações suspeitas de transportar drogas, resultando na morte de 83 pessoas.
Uma autoridade americana não identificada disse ao Axios:
“Ninguém está planejando entrar lá e atirar nele ou sequestrá-lo neste momento. Eu não diria que nunca, mas esse não é o plano agora.
”Outro funcionário da Casa Branca afirmou:
“Temos operações secretas, mas elas não visam matar Maduro. Elas visam deter o narcotráfico.”
E completou: “Se Maduro sair, não derramaremos uma lágrima.
”A inclusão do Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas, segundo Trump, dá aos EUA autoridade legal para atacar alvos ligados a Maduro em território venezuelano caso julgue necessário. O presidente já disse que não pretende fazer isso no momento, mas mantém a frase recorrente: “todas as opções estão sobre a mesa”.
Reação de Caracas
O governo venezuelano classificou a designação terrorista como “ridícula” e acusou Washington de usar o pretexto do combate às drogas para justificar uma tentativa de mudança de regime.
Maduro nega a existência do Cartel de los Soles e qualquer envolvimento de seu governo no tráfico internacional de drogas. Especialistas também questionam a real estrutura e comando do suposto cartel.
Washington, por sua vez, alega que o Cartel de los Soles atua em parceria com a gangue Tren de Aragua igualmente classificada como organização terrorista estrangeira pelos EUA no envio de entorpecentes ao território americano.
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