Após atrito público sobre uma possível aliança do PL com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu desculpas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta terça-feira (2.dez.2025). A declaração foi feita a jornalistas em Brasília, logo depois de visitar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro.
O senador confirmou que já se reconciliou com Michelle: “Falei com ela, pedi desculpas, ela também me pediu. Hoje à tarde teremos uma reunião no PL para estabelecer uma rotina de decisões coletivas e evitar que isso se repita”. Segundo Flávio, não existe decisão fechada sobre o Ceará ou qualquer outro estado, e todas as alianças futuras serão discutidas internamente antes de Jair Bolsonaro dar a palavra final.
A crise familiar explodiu no final de semana. No domingo (30.nov), durante evento no Ceará, Michelle criticou abertamente a articulação local do PL para apoiar Ciro Gomes ao Senado em 2026 e declarou apoio ao bolsonarista Eduardo Girão. Na segunda-feira (1º.dez), Flávio reagiu dizendo que a ex-primeira-dama havia “atropelado” Jair Bolsonaro e tratado de forma “autoritária e constrangedora” o deputado André Fernandes (PL-CE), responsável pela negociação.
Horas depois, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) defenderam o irmão mais velho. Eduardo classificou a crítica a André Fernandes como “injusta e desrespeitosa”, enquanto Carlos afirmou que Flávio “está certo” e que todos devem respeitar a liderança do pai.
Nesta terça-feira, antes do pedido de desculpas de Flávio, Michelle havia reforçado sua posição: lembrou que Ciro foi adversário de Jair Bolsonaro em 2022 e continua criticando o ex-presidente, justificando por que considera a aliança inviável.
Às 15h desta terça-feira, está marcada uma reunião em Brasília com Valdemar Costa Neto (presidente nacional do PL), Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). O encontro vai definir o posicionamento oficial do partido sobre o Ceará e criar protocolos para que lideranças evitem manifestações públicas contrárias a decisões já validadas por Jair Bolsonaro.
No estado, parte dos bolsonaristas defende o apoio a Ciro como única alternativa viável para derrotar o PT em 2026, enquanto outro grupo, alinhado a Michelle e a Girão, rejeita qualquer aproximação com o ex-governador tucano.
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