Os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Rogério Marinho (PL-RN) solicitam autorização ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que um grupo de parlamentares possa visitar o general da reserva Walter Braga Netto, detido na 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, desde o último sábado (14).
Mourão confirmou a iniciativa em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira (17), afirmando que está preparando o pedido formal ao STF, com o objetivo de usar a prerrogativa parlamentar para verificar as condições da prisão do ex-ministro. Braga Netto foi preso pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de obstrução de Justiça. A prisão foi autorizada por Moraes, após o general ser acusado de acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
De acordo com a PF, a delação de Cid revelou que Braga Netto teria repassado dinheiro, disfarçado em uma sacola de vinho, para a realização de uma operação destinada a prender ou matar o próprio ministro Alexandre de Moraes. O general já havia sido indiciado pela PF por sua suposta participação em um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo acusado de crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
A prisão de Braga Netto tem gerado forte reação entre parlamentares da oposição e juristas, que questionam sua legalidade. Eles argumentam que não há indícios concretos de obstrução das investigações, o que tornaria a prisão preventiva ilegal.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, relatou ao presidente Lula, em reunião nesta terça-feira, que o clima dentro do Exército é de constrangimento após a detenção do general. Múcio, que se encontrou com Lula em São Paulo, também comentou sobre o impacto da prisão nas Forças Armadas.
Enquanto isso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) exigiu informações sobre as condições do local onde Braga Netto está detido, destacando a hierarquia militar do general, que é um oficial de quatro estrelas, em comparação com os outros presos de patentes inferiores. O deputado Ricardo Salles (Novo-SP), por sua vez, sugeriu que a prisão do general teria o intuito de causar constrangimento à instituição militar, com o objetivo de enviar um recado a outros militares de alta patente, como o general Augusto Heleno.
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