Na véspera de julgamento, defesa de Silvinei Vasques acusa Justiça Eleitoral de relatório fraudulento

Ex-diretor da PRF é acusado de interferência nas eleições de 2022; advogados alegam manipulação de dados por juíza e técnico do TRE-RN
Por: Brado Jornal 22.abr.2025 às 07h35
Na véspera de julgamento, defesa de Silvinei Vasques acusa Justiça Eleitoral de relatório fraudulento
Lula Marques/Agência Brasil

Às vésperas do julgamento que pode torná-lo réu por suposta interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, parte para o contra-ataque. A defesa do ex-chefe da PRF acusa integrantes da Justiça Eleitoral de manipulação de dados para sustentar a denúncia contra ele.

Segundo os advogados de Vasques, a juíza Érika Souza Corrêa Oliveira e o técnico judiciário Bruno Teixeira da Silva, ambos do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), teriam produzido um relatório “fraudulento” que embasaria a versão de que a PRF atuou para prejudicar o comparecimento de eleitores no estado. A principal alegação é de que o documento se baseia em “percepções empíricas” de mesários, coletadas informalmente por meio de grupos de mensagens, sem método científico ou controle automatizado.

O caso gira em torno de operações da PRF em rodovias do Rio Grande do Norte no dia da votação, que teriam atrasado ou impedido o acesso de eleitores a seções eleitorais, especialmente em Campo Grande (RN). A denúncia afirma que a ação teria beneficiado o então presidente Jair Bolsonaro. Vasques nega qualquer motivação política ou irregularidade.

A defesa contratou uma consultoria técnica para revisar os dados da 31ª Zona Eleitoral do estado. O laudo apresentado pela agência contesta diretamente os números do TRE-RN. Segundo a análise, até as 12h46 do dia da eleição, 73% das seções já haviam registrado mais da metade dos eleitores votando — totalizando 3.236 votantes, frente aos 2.232 apontados pelo relatório oficial.

Outro argumento da defesa é que, mesmo com a presença ostensiva da PRF, o segundo turno teve mais votantes pela manhã do que o primeiro, contrariando a tese de que as barreiras impactaram significativamente a votação.

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações. O julgamento que pode transformar Silvinei Vasques em réu está marcado para esta semana e promete novos embates entre as instituições envolvidas no processo eleitoral.



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