Em entrevista ao Poder360 na terça-feira (15.jul.2025), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se posicionou contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano). Bolsonaro negou qualquer envolvimento na decisão e afirmou que poderia ajudar a resolver a crise, mas está impedido de dialogar com Trump devido à retenção de seu passaporte pela Justiça brasileira desde fevereiro de 2024, em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual é réu. “Eu sou contra, seria contra o tarifaço. Meu filho Eduardo seria contra também. [...] Acho que tenho o poder de resolver esse assunto – parte dele – mas tenho que ter liberdade de conversar com Trump. No momento, nem passaporte eu tenho”, declarou.
Bolsonaro destacou que, se pudesse viajar aos EUA, conversaria diretamente com Trump, acreditando que o líder americano apresentaria uma proposta ao Brasil. Ele mencionou que seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que reside nos EUA desde fevereiro e mantém contatos com grupos conservadores do Partido Republicano, não apoia a tarifa. “Ele [Eduardo] falou que é uma medida do governo [norte-americano] para pressionar o Lula aqui. [...] Ele tem trabalhado lá para que o Brasil volte à normalidade. Coisa que não teria liberdade aqui no Brasil. Se tivesse no Brasil falando o que está falando, já teria que estar numa prisão”, afirmou.
O ex-presidente atribuiu a tarifa às ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem acusou de provocar Trump e prejudicar a relação com os EUA. “O pessoal está insatisfeito com o que ele está fazendo. Só faz besteira. Provoca o americano o tempo todo. Se eu fosse o presidente da República, o acordo com os Estados Unidos teria sido já feito aos moldes da Argentina, onde 80% dos produtos não são taxados”, disse. Ele citou como provocações de Lula a defesa de moedas locais no comércio internacional, a oposição ao governo de Israel, e uma declaração sobre oferecer jabuticabas a Trump, afirmando: “É vira-lata, fuck you. Parece que para esse governo, o caos é importante”.
Bolsonaro também expressou gratidão a Trump, com quem disse ter tido um “excelente relacionamento” e planos para o Brasil na área de minérios. “Tenho profunda gratidão por ele. [...] Parece que estávamos até namorando”, declarou, mas destacou a imprevisibilidade do líder americano. Sobre a carta de Trump, que menciona o processo contra Bolsonaro no STF, ele evitou comentar diretamente, dizendo que não iria “dar palpite na vida” do presidente dos EUA.
Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentou, sem sucesso, convencer ministros do STF a autorizarem Bolsonaro a viajar aos EUA para negociar com Trump, segundo a Folha de S. Paulo. Os ministros consideraram a proposta inviável.
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