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Carlos Bolsonaro ataca "governadores democráticos", mas ignora covardia e hipocrisia do pai na presidência

Carlos tenta vender seu pai como um herói da liberdade, mas Jair Bolsonaro foi um presidente marcado por recuos humilhantes e fraqueza diante do "sistema" que dizia combater.
Por: Brado Jornal 17.ago.2025 às 11h11
Carlos Bolsonaro ataca

Na manhã deste domingo (17), o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou um desabafo inflamado nas redes sociais, atacando os chamados "governadores democráticos" e "direitistas" que, segundo ele, se calam diante da prisão de seu pai e aliados como Daniel Silveira e Filipe Martins. Em tom melodramático, Carlos alega que Jair Bolsonaro está sendo "lentamente assassinado" na cadeia, enquanto acusa políticos de se esconderem atrás de "prudência e sofisticação técnica". A narrativa, porém, é uma tentativa descarada de reescrever a história, ignorando a covardia, a hipocrisia e o esquerdismo de fachada de Bolsonaro, que não só se rendeu ao sistema, sancionou 40 leis feministas — um recorde que nem o PT alcançou — para agradar setores esquerdistas, mas também permaneceu inerte diante das primeiras operações abusivas de Alexandre de Moraes e da Polícia Federal (PF) durante seu próprio governo.

Carlos tenta vender seu pai como um herói da liberdade, mas Jair Bolsonaro foi um presidente marcado por recuos humilhantes e fraqueza diante do "sistema" que dizia combater. O episódio mais vergonhoso ocorreu em 7 de setembro de 2021, quando convocou apoiadores para atos contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes. Milhares atenderam, inflamados por sua retórica de confronto. Menos de 24 horas depois, porém, Bolsonaro desmoronou: com a ajuda de Michel Temer, redigiu uma carta subserviente, pedindo desculpas a Moraes e jurando respeito às instituições. Esse recuo patético, amplamente criticado pela direita, revelou um líder covarde, incapaz de sustentar suas palavras e disposto a se humilhar perante o Judiciário.

Mais grave ainda, Bolsonaro se mostrou inerte diante das primeiras operações abusivas comandadas por Moraes e pela PF, que começaram ainda em seu governo. A partir de 2019, investigações como o inquérito das fake news, conduzido pelo STF, e ações da PF contra aliados bolsonaristas já exibiam traços de autoritarismo, com buscas, apreensões e prisões questionáveis. Apesar disso, Bolsonaro nunca teve a coragem mínima para trocar delegados da PF ou confrontar a instituição, permitindo que a "tirania" que Carlos agora lamenta ganhasse força sob seu próprio mandato. Essa omissão revelou um presidente que, longe de combater o sistema, preferiu contemporizar, traindo a confiança de sua base.

A hipocrisia de Bolsonaro ficou ainda mais evidente em suas nomeações e posturas esquerdistas para se manter no poder. Ele escolheu Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2019, um nome próximo a setores esquerdistas que frustrou conservadores por sua leniência em investigações contra o governo. Da mesma forma, a indicação de Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020 chocou a direita: ligado ao Progressistas, partido aliado de governos petistas, Nunes Marques era um estranho no ninho conservador. 

Pior ainda foi o esquerdismo de ocasião de Bolsonaro, que sancionou 40 leis feministas — um feito que nem os governos do PT, conhecidos por priorizar essas pautas, conseguiram igualar. Leis como a ampliação da licença-maternidade em casos específicos, medidas contra violência doméstica e incentivos à participação feminina em cargos públicos foram sancionadas, muitas vezes com alarde, para conquistar apoio de setores esquerdistas e moderados. Para a direita conservadora, que esperava um governo alinhado com valores tradicionais, essas medidas foram uma traição oportunista, um esquerdismo de fachada para agradar o establishment enquanto Bolsonaro posava de anti-sistema.

Jair Bolsonaro, com sua covardia, hipocrisia e esquerdismo de ocasião, não foi o líder que a direita precisava. Sua inação diante das operações abusivas de Moraes e da PF, suas nomeações de petistas e a sanção de 40 leis feministas — um recorde que envergonha conservadores — mostram um presidente que sacrificou princípios por conveniência. Enquanto Carlos chora nas redes, a verdadeira direita busca lideranças que não traiam seus valores, deixando o bolsonarismo como uma sombra de promessas não cumpridas.



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