A Advocacia do Senado solicitou, na quinta-feira (4.set), a prisão preventiva de Ciro Gomes (PDT) devido a reiterados ataques verbais contra Janaína Farias, prefeita de Crateús (CE) e ex-senadora. O pedido, encaminhado no âmbito de uma ação penal eleitoral do Ministério Público Eleitoral, visa combater violência política de gênero. A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, expressou apoio à medida, destacando a gravidade das declarações de Ciro.
Em postagem no X, Gleisi declarou: “Agiu muito bem a Advocacia do Senado ao pedir prisão preventiva de Ciro Gomes por seus ataques à ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias. As ofensas de Ciro são gravíssimas e de machismo repugnante. Ele vem desafiando a Justiça com ataques reiterados desde 2024. Toda solidariedade à prefeita Janaína.” A petista elogiou a iniciativa como um passo para coibir comportamentos machistas e reiterados.
As agressões de Ciro contra Farias começaram em 2024, após ela assumir o Senado no lugar de Camilo Santana (PT-CE). Em entrevistas, o ex-governador do Ceará usou termos como “assessora de assuntos de cama” e “cortesã” para se referir à gestora, o que levou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a condená-lo, em maio de 2025, a pagar R$ 52 mil por danos morais. Mesmo após a sentença, Ciro continuou os ataques em redes sociais, motivando novas medidas judiciais.
O pedido da Advocacia do Senado inclui restrições como proibição de contato com Farias, distância mínima de 500 metros, veto a comentários públicos sobre a prefeita e comparecimento regular ao juízo. A ação, sob relatoria do juiz Victor Nunes Barroso, da 115ª Zona Eleitoral, foi enviada à Polícia Federal para investigação de possível crime de perseguição.
A defesa de Ciro, conduzida pelo advogado Walber Agra, contesta a prisão preventiva, argumentando que as falas são parte do debate político e estão protegidas pela liberdade de expressão. Agra afirmou: “A nossa linha de defesa é que não há ofensa, se trata de uma discussão política. Não há nenhum dos requisitos para uma decretação de preventiva ou qualquer medida cautelar.
Não há reiteração de conduta, mas, sim, um direito político de liberdade de expressão de falar como são escolhidos cargos públicos para o Ceará. Você pode dizer que ele foi exacerbado, mas querem a prisão por ele exercer a liberdade de expressão e crítica política?”
A solicitação de prisão preventiva segue sob análise judicial. A equipe de Ciro não apresentou novos posicionamentos até o momento. Aliados de Janaína Farias defendem a medida como necessária para interromper os ataques, enquanto o caso segue em tramitação.
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