Na última semana, especulações e informações desencontradas têm agitado os bastidores da política baiana, especialmente no que diz respeito à chamada “chapa dos sonhos” do PT para as eleições de 2026, composta pelo governador Jerônimo Rodrigues, o senador Jaques Wagner e o ex-governador Rui Costa. A formação, que parecia consolidada, agora enfrenta incertezas, com rumores sugerindo possíveis disputas internas pela segunda vaga na chapa majoritária do partido, enquanto o senador Angelo Coronel (PSD) busca garantir sua reeleição, mantendo a cadeira que já ocupa.
Rui Costa foi o único a se pronunciar publicamente sobre o assunto nos últimos dias, reforçando seu desejo de concorrer ao Senado. “Rui foi o único a falar publicamente sobre o tema na última semana. E reforçou o desejo de ser candidato ao Senado, ao mesmo tempo em que tentou apaziguar a relação com Coronel e o PSD,” conforme apurado. Já Jaques Wagner, mais reservado, optou pelo silêncio, evitando declarações diretas. Essa ausência de posicionamento alimentou especulações de que Rui poderia substituir Wagner na disputa ou até mesmo adiar seus planos para 2026.
A situação ganhou complexidade com a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo apuração do editor de política Mauricio Leiro, Lula teria manifestado o desejo de que Rui Costa permanecesse no governo durante a campanha eleitoral. “Coube ao próprio Lula citar o pedido durante entrevista,” destaca a matéria. Contudo, o presidente também afirmou que não impediria seus ministros de concorrerem, em um movimento que foi descrito como “mordeu e assoprou algo típico de um político do calibre de Lula.”
A ambição de Rui Costa de retornar às urnas em 2026 não se resume apenas à formação da “chapa imbatível” ao lado de Jerônimo e Wagner. Para o ex-governador, a candidatura é uma questão de sobrevivência política. Rumores apontam que, sem disputar eleições, Rui poderia perder relevância e musculatura política, especialmente após duas eleições fora das urnas. Há, inclusive, especulações sobre uma possível substituição da candidatura de Jerônimo por Rui, em um esforço para manter seu recall político. “A chance de perder musculatura e prestígio assusta,” observa o texto, destacando que Rui frequentemente aparece como protagonista das narrativas políticas, mas também como um potencial obstáculo à unidade da base aliada do PT na Bahia.
Jaques Wagner, por sua vez, demonstra cautela. Conhecendo bem o ex-governador, ele sabe que movimentações precipitadas no xadrez político podem desestabilizar o grupo. “Talvez seja essa a razão pela qual ele foi um dos primeiros a defender a tal ‘chapa dos sonhos’, evitando escantear o pupilo antes das negociações serem iniciadas ou efetivadas,” analisa a matéria. Wagner, que abriu caminhos para o PT na Bahia, entende que decisões impulsivas podem custar caro, não apenas em termos políticos, mas também nas relações dentro do partido.
Enquanto isso, Angelo Coronel e o PSD adotam uma postura de espera, evitando confrontos prematuros. “Experimentados, sabem que um confronto direto e antecipado só geraria caos e tensão, algo evitável por agora,” aponta o texto. A expectativa é que as definições se tornem mais claras no início do próximo ano, quando os cenários políticos estiverem mais delineados. Até lá, o PT e seus aliados tentam evitar desgastes desnecessários, enquanto os rumores e sinais trocados seguem dominando os bastidores.
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